02 fevereiro 2009
O Peso da Solidão - Parte I (Revista Noticias Magazine)
Está uma mulher carregada de sacos a correr ao longo do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Está a tentar chegar a tempo à paragem de autocarro, que só passa de meia em meia hora. Ela chama-se Isabel Manuel, tem 29 anos e um filho de dois anos. Vai naquela corrida desenfreada para ir buscar o filho à creche da Segurança Social. Sai do emprego -trabalha na copa de um restaurante em Belém - às cinco e meia da tarde. Dá a mão ao gaiato...nunca põe o pé dentro de casa antes das oito da noite. Duas horas e meia de viagem para cada lado, todos os dias. Depois é fazer a sopa para o rapaz, dar-lhe banho, comer alguma coisa se houver. E cama, que o dia começa às 5h45m. «Ganho 565 euros por mês, incluindo já o subsídio de alimentação. Pago 200 euros de renda de casa, 50 da escola e 55 de passe social. Como o meu trabalho funciona por turnos, estou muitas vezes com horários das cinco da tarde às duas da manhã, por isso pago mais 100 euros a uma senhora que me toma conta do menino. As contas da água, luz e do gás dão menos de 30 euros por mês.» Sobram-lhe 130 para comer, vestir e comprar de vez em quando um brinquedo ao filho...(continua)
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Esta é sem dúvida a realidade nua e crua sobre a crise e as luvas ou a falta delas para alguns!!!
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